terça-feira, 27 de agosto de 2013

ESTUDANTE versus TRANSPORTE PÚBLICO


Qual a razão de limitar os créditos de passagem do estudante? Isso é uma pergunta que não se cala e indigna. Pois bem, o estudante tem um limite máximo de cento e vinte meias passagens por mês. Não é o suficiente. Esse limite não deveria existir. São três tipos de limite: o primeiro com o máximo de 70 (setenta), o outro com máximo de 90 (noventa) e o maior com o máximo de 120 (cento e vinte). E passar de um para o outro é necessário provar com muitos documentos. Isso gera um transtorno, pois o estudante deve ir local de gerência para solicitar o aumento a cada semestre. Burocracia!
Só o fato de ir ao local de gerência já gera deslocamento. Se gasta no mínimo duas passagens. Uma pra ir e outra pra vir. Para eles o estudante só deve ter passagens para ir ao local de estudo (escola, universidade, curso,...) e para o estágio curricular, pois se for outro tipo de estágio o estudante não terá direito a meia passagem. E se quiser pegar um ônibus para uma atividade como lazer ou outros fins, inclusive a de ir para o local que aumenta os créditos, simplesmente o estudante não tem direito de pagar a meia passagem ou deverá abrir mão de, no mínimo, dois créditos de passagem para resolver outros fins. Será mesmo que o estudante só usa o ônibus para ir ao local onde estuda ou faz estágio curricular? Será que ele não tem o direito, sequer, de pagar uma meia passagem para visitar um zoológico, ou ir a um teatro, cinema, parque, etc.? Pois é, o estudante não tem esse direito. Vive, assim, um verdadeiro drama, pois além de ter um transporte limitado, uma educação limitada, ele também tem meias passagens limitadas.
Agora vamos supor que o estudante foi lá no estabelecimento burocrático do governo do estado e conseguiu aumentar o seu limite de crédito ao máximo (120). E esse estudante faz um estágio que não seja curricular e precise de uma passagem de ida e outra de volta. E ele, ainda, precise pagar duas passagens de ida e duas de volta para ir ao local de estudo. Será que dá para passar o mês? Não. Esse aluno faz estágio pela manhã e estuda à noite, por exemplo. Como é inconveniente que ele vá do estágio direto para a faculdade ele prefere passar a tarde em casa ou em outro lugar para outras atividades. E, no sábado, ele precisa ir ao local de ensino pela manhã, pois tem aula. Agora, veja os cálculos. O mês de agosto de 2013 teve 22 (vinte e dois) dias úteis e 5 (cinco) sábados. Olhe o custo para o estudante:


 22 (dias úteis) X  6 (passagens por dia) = 132 (passagens no mês);  
5 (sábados)  X  4 = 20 (passagens no mês).   
132 + 20 = 152 (total de passagens no mês).


Esse estudante gastou 152 passagens só pra fins educativos e ultrapassou o limite de 32 passagens. Agora vamos ver quanto custa isso no bolso do estudante. Como a passagem do anel A custa  aqui no Recife e a meia custa  os cálculos ficará assim:

120 (passagens) X  R$ 1,10 (valor da meia passagem) = R$132,00 (meia passagem);
32 X R$ 2,15 = R$ 68,80 (passagens inteiras).   
R$ 132 + R$ 68,80 = R$ 200,80.


No mês esse estudante desembolsou R$ 200,80 (no mínimo) para o transporte público de péssima qualidade. Com esse valor ele poderia investir muito mais em seu potencial humano. Caso tivesse meia passagem ilimitada ele iria economizar, no mínimo, R$ 33,60.
Agora pensemos no outro lado. Um país se desenvolve mais quando a educação é de qualidade e não quando apenas está em pleno emprego e o consumo é enaltecido. Vale dizer que transporte público está ligado a educação. Claro. Se economizar no transporte o estudante poderá investir em seu potencial humano. Será um estímulo para o estudo. Passagens mais baratas seriam melhor para qualquer estudante. A meia passagem sem limite é o mínimo que o governo pode subsidiar para a educação já que o capital humano precisa de estímulos por criar grandes retornos sociais.
Uma nação mais educada gera menos custos para o governo, mais riqueza para o país. É uma tolice limitar a meia passagem do estudante. Isso é o mínimo que o governo pode fazer. Ou é melhor com esse preço altíssimo de passagem impulsionar os estudantes a comprarem veículos e encher a cidade gerando engarrafamento e aumentando o risco de acidentes?
O estado penaliza o estudante, ou o cidadão gerando desconforto para a maioria afim de que vendam mais veículos com o intuito de gerar engarrafamentos e inventar obras públicas de mobilidade. Modificando a cidade sem planejamento sólido e opinião pública só para dar trabalho e renda às grandes empresas de engenharia civil que investiram em sua campanha.
Existem inúmeros exemplos de retorno sociais positivos que a educação proporciona. Com educação se diminui a violência. Cadeias seriam menos lotadas. Famílias seriam mais sustentáveis. Seriam exportados produtos de altíssima qualidade graças às técnicas que só se tem com capital humano. Consequentemente o Estado seria mais rico. Imagine um estádio lotado por pessoas bem educadas? Como seria a sua torcida organizada? Talvez nem precisasse separar as torcidas. Pois educação gera respeito. Gera generosidade. Certo que essas coisas começam em casa, mas é muito difícil ver alguém com altíssimo capital humano cometer atrocidades. Mais turistas seriam atraídos. Quem não quer ir a um lugar que além de bonito as pessoas são educadas? Pernambuco poderia até ser modelo para outros lugares.

E por que não começar tudo isso liberando meias passagens sem limites para os estudantes? E por que não incentivar a educação através da mobilidade? Daí já se entra outro discurso. Por que não deixar o passe livre para aqueles que não têm como pagar a passagem? Certamente esse estudante trará retornos bem maiores para sociedade por que um dia alguém pagou o seu transporte. Basta ver que num mundo moderno a mobilidade e a educação são essenciais, mas não podem ser tão caras.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vera, Primavera


Vera, Primavera


Um amor cujo nome é Vera,
Vera linda Primavera.
Faz suar manso em desejo
Uma ansiedade quando não vejo.


Um amor que faz peso ao coração
Suporta toneladas só de lembrar
Que um dia há de estar na visão
Quando todo esse frio passar.


Vera é o começo de tudo
É onde começa o calor,
É onde começa o amor,
É a nascente da alegria.


Esperar ansioso sua volta,
É rotina que nunca solta.
Tira uma vida sorridente
E deixa uma vida carente.


Teus cabelos recheado de flores
Consertam os caminhos errados
Aplainam as colinas de dores
E acha o dia esperado.


Volta, linda Vera!
Fica com esse homem coitado
Que só quer estar ao seu lado
Que não pensa em mais nada
A não ser na sua chegada
Seja eterna.
Seja INFINITA PRIMAVERA.

FELIPE WAGNER

quarta-feira, 6 de março de 2013

Novidade

Quero escrever nesta folhinha de papel
Anotar nesta agenda profissional
Dissertar num caderno escolar
Pintar nas paredes brancas do meu lar

Vou tatuar minha pele
com escritas imortais
Libertar um pentagrama
com músicas desiguais

Vivendo como se o hoje fosse ontem
tendo o amanhã sendo hoje
Onde o porvir e o passado andam junto
Não mesmice, é vigor de vida.

Novidade é sempre recomeçar
Pois sempre voltamos ao nada para ter tudo
Na rotina se vê o novo todo momento
O mundo procura belas palavras, novidade.

Descobertas não são novidades
O amor também não
Novidade é o Sol da Manhã
o crepúsculo da tarde

As notícias novas não são novidades
São apenas o fruto da rotina
Novidade é o beijo da menina,
Recém conhecida

Novidade é ser demitido
                é ser preso
                é ter um novo namorado
                andar recomeçado

Risquei meu pedaço de papel
As palavras novas não são novidades
São apenas fruto da rotina